Do campo à missão: A Produtora de Eventos que fez do futebol um instrumento de transformação

Juliana Mrochen é Produtora de Eventos há mais de 20 anos, morou em 17 lugares diferentes, no Brasil e no exterior, o que deu a ela uma visão muito ampla sobre culturas, estilos de organização e maneiras distintas de viver o esporte. Atualmente, há quase 8 anos dedica-se à produção esportiva, conduzindo um evento voltado para pastores, cantores cristãos, empresários e amigos da fé. E, por entender tão bem essas diferenças culturais, consegue integrar pessoas de qualquer estado, criando um ambiente acolhedor, organizado e preparado para que todos se sintam parte do mesmo propósito. Sua missão é justamente unir essas experiências diversas em um único momento de conexão, excelência e fé. “Como Produtora dos Jogos Pastores em Conexão, idealizado por João Paulo Dutra (JP Conexões), preparo cada detalhe para oferecer aos pastores um tempo de descanso, comunhão e renovação. Um ambiente onde o cuidado, a honra e o propósito do Reino se encontram”.

O propósito do servir

Ainda menina, Juliana entendeu que o seu momento de servir tinha o propósito de transformar.  Ela conta que olhava para uma simples revista e conseguia imaginar aquelas folhas virando decoração para uma festinha de criança. “Aquilo mudava o ambiente, mudava a experiência e eu sempre senti que esse dom de criar, produzir e organizar era algo que o Senhor havia colocado na minha vida. Cresci com essa sensibilidade e hoje enxergar onde cheguei é profundamente gratificante”.

A produtora de eventos lidera um dos maiores eventos cristãos ligados ao futebol e para ela isso tudo é a confirmação de muitos anos de dedicação e propósito.

A presença feminina que transforma o jogo

Com 8 anos de idade, Juliana já assistia futebol  com o seu pai, ela cresceu entendendo esse universo predominantemente masculino e mesmo sendo menina, já percebia que precisava conquistar seu espaço neste meio. Seu ponto de partida foi como torcedora, viajando de ônibus, indo aos estádios, vivendo o futebol de perto. E, mesmo nesses ambientes, ela já aprendia a se posicionar como mulher, a ocupar um lugar que, muitas vezes, não era visto como nosso. “Mas uma experiência marcou muito minha trajetória. Em um dos eventos que produzi, um homem insistiu em falar com ‘o responsável’, com ‘o gerente’. Eu me identifiquei como a produtora e líder do evento, porém ele ainda queria falar com um homem. Até que, com calma, trabalho e firmeza, eu mostrei que toda a liderança ali era minha. Só depois de ver meu profissionalismo, ele me pediu desculpas”.

Infelizmente quase não vemos mulheres à frente de eventos esportivos cristãos no Brasil, mas diante disso existe algo especial, quando juliana lembra daquela menina que fazia recortes de revista e que agora negocia com alguns dos maiores clubes do país é com certeza uma grande vitória. “É a prova de que Deus honra o processo e de que servir, criar e liderar faz parte da minha identidade desde sempre”, relata emocionada.

Esta produtora ímpar revela que seu modo de se impor para os homens é com um sorriso no rosto, competência e firmeza, ela faz questão de ser respeitada não por ser mulher, mas pela excelência que realiza seu trabalho. “Ao longo desses anos, tenho aberto portas, quebrando tabus e conquistado espaço para mim e para outras mulheres que virão”.

O fator social que sustenta a experiência

Conexão é a palavra chave quando o assunto é evento esportivo. Não existe rivalidade nos bastidores é exatamente nessas ocasiões fora do campo que nascem amizades verdadeiras, amizades em Cristo. Esse é o ponto crucial para a produtora de eventos: Ver pessoas que talvez nunca se encontrassem no dia a dia, se conectarem através do futebol. “Acompanho muitos pastores e é lindo ver a amizade, as alianças que surgem depois do evento. Para mim, isso vale mais do que ser campeão em campo. O verdadeiro ‘título’ é essa conexão que se forma”.

Nestes eventos não existe placa de igreja, o que existe é o Reino. Juliana conta que muitas dessas conexões ultrapassam fronteiras:  Pastores visitando outras igrejas, cantores conhecendo novos ministérios, pessoas de diferentes estados criando vínculos, tudo gerado por um simples momento, mas profundo, dentro de um evento esportivo cristão.

“Tudo isso faz crescer este ambiente, fortalece a unidade e amplia a propagação do Evangelho. O futebol é só o cenário, mas o propósito é unir, conectar e gerar vidas transformadas. E ver isso acontecer é o que mais me gratifica. E essa vivência me ensinou a compreender e respeitar cada particularidade, sem criar distinções”, relata Juliana.

O Case que marcou sua trajetória

O início não foi com um evento, começou com a Juliana que amava assistir futebol e que nunca imaginou que, anos depois, seria justamente o futebol o meio que Deus usaria para ela servir o Reino e propagar o Evangelho.

“Esse é, para mim, o ponto principal da minha história: o futebol gerando vidas e eu sendo um instrumento dentro desse universo”. Cresceu ouvindo muitas histórias de pessoas que tinham o sonho de ser jogador e que, muitas vezes, foram desencorajadas pelos pais, por acreditarem que o futebol não era de Deus. “E hoje em dia, ver o que Deus fez na minha vida através do futebol, desde os meus 8 anos até os 43 anos de idade é muito marcante”, afirma.

Juliana só chegou aonde chegou como produtora esportiva cristã porque Deus usou justamente essa paixão de infância para transformar sua trajetória. E agora, por meio dos eventos que produz, enxerga vidas sendo tocadas, unidas e transformadas.

Este sem dúvidas é o maior case da sua vida. “A prova de que o futebol pode, sim, ser um caminho para ganhar vidas para Cristo. E saber que Deus me escolheu para servir nesse lugar, nesse meio, é algo que ficará marcado para sempre na minha história”.

O diferencial

Juliana Mrochen abre seu coração e nos conta exatamente o que existe na sua atuação que não aparece para o público, mas é decisivo para que o evento aconteça:

Os instantes em que o Senhor fala comigo sobre o que Ele quer que eu faça para cada um dos seus filhos são determinantes. As pessoas enxergam o evento pronto, mas não veem o processo espiritual que existe antes de cada decisão. Nada do que faço nasce apenas da minha criatividade. Eu sempre pergunto: ‘Senhor, como deve ser? O que o Senhor quer para esse evento?’

A inspiração que recebo não vem de mim, vem do Espírito Santo. Cada detalhe que preparo, cada ambiente que crio, cada ideia que surge, nasce dessa comunhão com o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Meu trabalho é para a glória de Deus. É Ele quem direciona e me mostra o que vai edificar, acolher e tocar vidas. Não é apenas produção. É inspiração divina. É obedecer à voz do Espírito Santo e transformar essa direção em algo que vai alcançar corações. Para mim, igreja e futebol sempre tiveram a mesma comunhão. O Senhor me conectou ao meu esposo que foi jogador profissional e desde os nossos 18 anos, já casados, levamos a Palavra de Deus através do futebol.

Nunca perdi a minha comunhão com Deus dentro desse ambiente, porque para nós o campo sempre foi um lugar de evangelização. E através do futebol, vimos centenas de vidas sendo alcançadas: pessoas salvas, batizadas, casamentos restaurados, famílias curadas, filhos voltando para Jesus. Já celebramos casamentos, acompanhamos histórias de cura e vimos Deus agir de uma forma poderosa dentro de ambientes onde muitos acham que Ele não está presente.

Por isso, para mim, transitar entre igreja e futebol sempre foi algo muito natural e tranquilo. O futebol se tornou uma ferramenta, uma arma espiritual usada por Deus para ganhar vidas. E em cada cidade por onde passamos, o Senhor sempre preparou pastores que nos acolheram, ajudaram e caminharam conosco nessa missão.

Juliana assegura que é por meio do projeto Pastores em Conexão do JP, que o futebol continua sendo esse canal. Agora ela tem a oportunidade de cuidar dos pastores, de proporcionar um tempo de vínculoespiritual, leveza e alegria. Muitos deles têm agendas sobrecarregadas, responsabilidades intensas, e quase não têm um momento de descontração entre os irmãos em Cristo.

“Ver esses pastores, cantores e líderes vivendo um tempo de refrigério, comunhão e unidade é profundamente gratificante”, finaliza a Produtora de Eventos Esportivos Cristãos.

@jumrochen

Por Paola Klug – Jornalismo Seven Nine

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