A pergunta atravessa o tempo e continua sem resposta definitiva: Salvador Dalí foi um louco ou um gênio? O catalão de bigodes extravagantes parecia se divertir com a dúvida. “A única diferença entre mim e um louco é que eu não sou louco”, dizia, em uma de suas frases que misturam provocação e confissão.

Poucos artistas do século XX conseguiram atravessar o tempo com tanta ousadia e permanência quanto Salvador Domingo Felipe Jacinto Dalí i Domènech, o catalão que transformou o surrealismo em espetáculo. Nascido em Figueres, Espanha, em 1904, Dalí não apenas pintou quadros: ele construiu uma personagem de si mesmo.

Dalí cultivava a excentricidade como parte da própria obra. Fazia de si mesmo espetáculo, encenava a loucura para chocar, atrair e manter os olhos do mundo sobre si. Mas, por trás do personagem, havia disciplina. Dalí conhecia profundamente a tradição da pintura clássica, estudava ciência, psicanálise, geometria. Seus relógios derretidos não nasceram ao acaso: eram fruto de método, rigor e de uma imaginação sem fronteiras.

Louco? Talvez apenas na aparência calculada. Gênio? Sem dúvida, no modo como transformou a imaginação em realidade. No fim, Dalí nos mostrou que criar é justamente caminhar nesse fio tênue — entre a lucidez e o delírio, entre a ordem e o caos.

DALÍ  foi um artista multidisciplinar. Não se limitou à pintura,   mas trabalhou também com escultura, desenho, cinema, fotografia, cenografia, joalheria e até publicidade.

Suas obras estão espalhadas em museus como o Museu Dalí em Figueres (Espanha), MoMA de Nova York.

Em outra máxima afirmou, “A inteligência sem ambição é um pássaro sem asas.”

 

Crédito Colunista: Eliane Schuchmann

 

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